Amenorreia
Amenorreia
Cristina Laguna Benetti-Pinto Jose? Maria Soares Ju?nior e Daniela Angerame Yela
Extraído com algumas alterações de: Benetti-Pinto CL, Soares Ju?nior JM, Yela DA. Sa?o Paulo: Federac?a?o Brasileira das Associac?o?es de Ginecologia e Obstetri?cia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO – Ginecologia, no. 38/Comissa?o Nacional Especializada em Ginecologia Endo?crina).
Conceito
Amenorreia e? um sintoma caracterizado pela ause?ncia de menstruac?a?o. Pode-se referir que a amenorreia, em mulheres sem uso de medicamento hormonal e na ause?ncia de gestac?a?o e lactac?a?o, e? indicativa de uma disfunc?a?o; e o tratamento so? sera? adequado com o diagno?stico etiolo?gico correto. Pode ser classificada em prima?ria ou secunda?ria para descrever, respectivamente, a ause?ncia de menstruac?a?o sem a ocorre?ncia de menarca ou apo?s a menarca.
Quando investigar a amenorreia?
- quando a menarca na?o ocorreu aos 15 anos de idade em meninas com caracteres sexuais secunda?rios presentes;
- se a menarca na?o ocorreu 5 anos apo?s o ini?cio do desenvolvimento das mamas, se isto se deu antes dos 10 anos de idade;
- nas meninas em que, aos 13 anos de idade, seja observada completa ause?ncia de caracteres sexuais secunda?rios.
Algumas situac?o?es que devem ser particularizadas:
- presenc?a de caracteri?sticas sexuais secunda?rias antes dos 15 anos e ause?ncia de menstruac?a?o, pore?m com dor pe?lvica ci?clica: iniciar investigac?a?o devido ao risco de obstruc?a?o do trato genital;
- presenc?a de alterac?a?o dos o?rga?os genitais ou de estigmas gene?ticos sugestivos (ex.: si?ndrome de Turner): iniciar a investigac?a?o independentemente da idade;
- quando a menarca ja? ocorreu, a ause?ncia de menstruac?a?o e? denominada amenorreia secunda?ria e deve ser investigada quando a menstruac?a?o na?o ocorre por 3 meses ou quando ocorrerem menos de nove menstruac?o?es em um ano.
Ao constatar que gestac?a?o, amamentac?a?o, amenorreia induzida por medicac?a?o e casos de ambiguidade sexual esta?o exclui?dos, algumas particularidades auxiliam nessa investigac?a?o.
- Presenc?a ou ause?ncia de caracteres sexuais secunda?rios? Desenvolvimento inadequado sugere deficie?ncia de estradiol; ause?ncia ou escassez de pêlos, principalmente com mamas normodesenvolvidas, sugere deficie?ncia de receptores androge?nicos.
- Crescimento estatural adequado? Retardo no crescimento pode associar-se a? si?ndrome de Turner ou, menos frequentemente, a? deficie?ncia de growth hormone – GH.
- Estresse, alterac?a?o de peso, alterac?a?o de ha?bitos alimentares e atividade fi?sica, presenc?a de doenc?as cro?nicas? Essas manifestac?o?es podem associar-se a? amenorreia hipotala?mica ou hipofisa?ria.
- Presenc?a de dor pe?lvica ci?clica (co?lica) de cara?ter progressivo, associada a? amenorreia prima?ria? Nesta situac?a?o, com hormo?nios normais e u?tero funcionante, pode haver obstruc?a?o do fluxo menstrual.
- Fogachos, secura vaginal? Sugere hipoestrogenismo, pore?m sa?o mais presentes na amenorreia secunda?ria.
- Sinais e sintomas de hiperandrogenismo (acne, hirsutismo, virilizac?a?o)? Essas manifestac?o?es podem relacionar-se a? anovulac?a?o hiperandroge?nica, como na si?ndrome dos ova?rios polici?sticos, na hiperplasia adrenal conge?nita.
- Secrec?a?o nas mamas? Galactorreia sugere hiperprolactinemia.
- Ause?ncia da menstruac?a?o po?s-parto? Especialmente com a caracterizac?a?o de agalactia, pode sugerir si?ndrome de Sheehan.
Exame fi?sico
• Altura, peso, i?ndice de massa corporal: na si?ndrome de Turner ou na si?ndrome de insensibilidade androge?nica completa, a estatura baixa ou alta, respectivamente, pode fazer parte das caracteri?sticas sugestivas da doenc?a. Obesidade e desnutric?a?o ou perda ra?pida de peso podem estar associadas a alterac?o?es do padra?o menstrual.
- Esta?gio de desenvolvimento dos caracteres sexuais secunda?rios (esta?gios de Tanner).
- Presenc?a de estigmas gene?ticos.
-
Envergadura: considerada normal quando igual ou ate? 2 cm maior do que a estatura do indivi?duo. Alterada pode indicar alguns estados de hipogonadismo.
- Na presenc?a de hirsutismo, classificar de acordo com o i?ndice de Ferriman-Gallwey.
-
Exame genital: o diagno?stico de hi?men imperfurado pode ser feito pela inspec?a?o; ja? o diagno?stico de vagina curta, pela introduc?a?o de cotonete ou de histero?metro pela abertura himenal. No exame, avaliar sinais de atrofia genital. Em pacientes que ja? iniciaram vida sexual, o especular pode auxiliar na avaliac?a?o de outras maalformac?o?es vaginais e de colo, e o toque bimanual, na avaliac?a?o dos o?rga?os pe?lvicos.
Avaliac?a?o laboratorial
- Dosagens se?ricas de hormo?nio foliculotro?fico ou foli?culo-estimulante – FSH e prolactina.
-
Quando houver suspeita de disfunc?a?o tireoidiana, incluir TSH e T4 livre. Atualmente, e? menos frequente que as disfunc?o?es tiroidianas se apresentem associadas a? amenorreia, uma vez que, com o diagno?stico mais precoce de tais disfunc?o?es, as ocorre?ncias no ciclo menstrual tendem a ser mais leves, manifestando-se como ciclos longos.
Exame de imagem
• Ultrassonografia pe?lvica transvaginal ou por via abdominal em mulheres que na?o iniciaram atividade sexual. Particularmente importante nas amenorreias prima?rias, quando pode mostrar ause?ncia do u?tero, ale?m de permitir a identificac?a?o de malformac?o?es uterinas ou obstruc?o?es ao fluxo menstrual. Nas amenorreias secunda?rias, o resultado e? utilizado como condic?a?o para o diagno?stico de si?ndrome dos ova?rios polici?sticos.
• Ressona?ncia magne?tica em casos particulares. Para avaliac?a?o pe?lvica, em especial em alguns casos de malformac?a?o dos o?rga?os genitais. Ressona?ncia magne?tica ou tomografia de sela tu?rcica ou de cra?nio, quando necessa?rio investigar tumores.
Cario?tipo
• Particularmente indicado nas amenorreias hipergonadotro?ficas, isto e?, com ni?veis de FSH elevados que se manifestem como amenorreia prima?ria ou nas que se manifestam como amenorreia secunda?ria em mulheres com menos de 30 anos. Tambe?m deve ser solicitado nas amenorreias prima?rias com ause?ncia de u?tero e FSH normal, quando e? preciso incluir dosagem de testosterona para investigar a si?ndrome de insensibilidade androge?nica.
Pode-se dizer que os tre?s principais “marcadores” da conduta investigativa sa?o:
- Presenc?a ou ause?ncia de desenvolvimento mama?rio: marcador da ac?a?o estroge?nica, e, portanto, de func?a?o ovariana em algum momento.
- Presenc?a ou ause?ncia de u?tero, determinada por meio de exame cli?nico, de ultrassom ou de ressona?ncia magne?tica em casos mais complexos.
- Ni?vel se?rico de FSH, interpretado como segue:
- Elevado, indica insuficie?ncia ovariana.
-
Normal e com u?tero ausente, indica malformac?a?o mu?lleriana ou si?ndrome de insensibilidade androge?nica (neste caso, o ni?vel de testosterona e? normal para o sexo masculino).
-
Baixo ou normal e com u?tero presente, considerar todas as causas de amenorreia com eugonadismo e as causas de hipogonadismo hipogonadotro?fico.
A racionalizac?a?o da investigac?a?o diagno?stica da amenorreia prima?ria esta? resumida na figura 1, ja? a da amenorreia secunda?ria, na figura 2, com as causas mais frequentes.
Para as amenorreias secunda?rias, as dosagens se?ricas de FSH e prolactina definem os principais quadros de amenorreia de causa hormonal. A prolactina elevada indica o diagno?stico de hiperprolactinemia, pore?m o FSH define se ha? ou na?o hipoestro- genismo. Casos com prolactina normal, o FSH elevado sugere insuficie?ncia ovariana; FSH supresso, doenc?a central (disfunc?a?o hipotala?mica ou hipofisa?ria); e FSH normal pode estar presente nas anovulac?o?es, como da si?ndrome de ova?rios polici?sticos. Pore?m, atenc?a?o, porque, em algumas situac?o?es de disfunc?o?es do hipota?lamo, quando na?o ha? supressa?o completa dos pulsos de GnRH, o FSH pode ser normal, com diagno?stico difi?cil e direcionado pela anamnese. A dosagem de TSH deve ser inclusa nos casos de elevac?a?o da prolactina ou de suspeita de doenc?a central. Na presenc?a de TSH elevado, complementar a propede?utica para disfunc?o?es tiroidianas.
Com sinais ou sintomas de hiperandrogenismo, solicitar dosagem de androge?nios para diagno?stico diferencial, incluindo 17-OH-progesterona, testosterona e deidroepiandrosterona sulfatada (DHEA-S), marcadores de hiperplasia adrenal, tumores ovarianos e tumores adrenais, respectivamente (veja protocolos especi?ficos). Na hiperprolactinemia na?o relacionada a medicamento e na disfunc?a?o hipota?lamo-hipofisa?ria, indica-se exame de imagem da sela tu?rcica para investigar causa tumoral.
Na disfunc?a?o hipota?lamo-hipofisa?ria (hipogonadismo hipogonadotro?fico), para investigar a origem hipotala?mica ou hipofisa?ria, pode ser realizado o teste de esti?mulo com Luteinizing hormone-releasing hormone – LHRH (Figura 3). A elevac?a?o dos ni?veis de gonadotrofinas apo?s a administrac?a?o de LHRH indica que a disfunc?a?o e? no hipota?lamo, e teste negativo, quando na?o ha? elevac?a?o das gonadotrofinas, disfunc?a?o na hipo?fise. Entretanto, desde que se descarte a presenc?a de leso?es no Sistema Nervoso Central (SNC), na?o e? imprescindi?vel identificar a origem hipotala?mica ou hipofisa?ria e na?o se muda o tratamento.
Excepcionalmente, quando as dosagens hormonais estiverem normais, a causa da amenorreia pode ser estrutural. Esse diagno?stico deve ser particularmente lembrado apo?s histo?rico de aborto, curetagem, infecc?a?o ou cirurgia uterina. Nesses casos, histerossonografia, histerossalpingografia ou histeroscopia podem mostrar sinequias e obliterac?a?o da cavidade. Embora, historicamente, o teste de progesterona (administrac?a?o de progesterona por via oral por 5 a 10 dias) tenha sido empregado para caracterizar a produc?a?o estroge?nica presente quando o sangramento ocorresse, atualmente, tem sido utilizado com parcimo?nia. A taxa de falso-positivo e falso-negativo pode ser alta e atrasar o diagno?stico final: mais de 20% das mulheres com amenorreia em que o estroge?nio esta? presente podem na?o sangrar, enquanto que em 40% das mulheres com amenorreia por perda de peso, estresse, hiperprolactinemia e em 50% das com insuficie?ncia ovariana, o sangramento pode ocorrer, indicando falsamente que os ni?veis estroge?nicos poderiam ser normais.(5) O quadro 1 resume as principais causas de amenorreia, prima?ria ou secunda?ria.
Tratamento
Amenorreia e? um diagno?stico sindro?mico, ou seja, reflete um sintoma de diversas doenc?as ou afecc?o?es. O tratamento esta? vinculado a? sua etiologia, bem como a?s expectativas da paciente, em especial, reprodutivas e sexuais.
Tratamento cli?nico
Na hiperprolactinemia: tratamento com agonistas dopamine?rgicos. A bromocriptina e? empregada na dose inicial de 1,25 mg por dia, durante os primeiros sete dias. A seguir, a dose e? aumentada gradualmente, dividida em duas a tre?s tomadas dia?rias, ate? que se obtenha o controle dos sintomas. A cabergolina e? outro agente dopamine?rgico com maior especificidade, com menos efeitos colaterais e, por ter meia vida longa, com maior comodidade posolo?gica. Tambe?m mostra melhor resposta terape?utica. A dose inicial e? de 0,5 mg, uma vez por semana, com aumento gradativo de acordo com o controle cli?nico dos sintomas e dos ni?veis de prolactina. As reavaliac?o?es sa?o feitas a cada quatro a oito semanas (na?o ha? consenso para o intervalo), e as doses do medicamento reajustadas. Mesmo nos casos de prolactinomas, isto e?, adenomas hipofisa?rios produtores de prolactina, o tratamento ciru?rgico atualmente e? pouco utilizado por se obter controle com o uso do agonista dopamine?rgico. A hiperprolactinemia secunda?ria a medicamentos deve ser discutida isoladamente e na?o segue a mesma orientac?a?o, sendo geralmente tratada com reposic?a?o estroprogestativa para reduzir os efeitos advindos do bloqueio do eixo hipota?lamo-hipofisa?rio e o consequente hipoestrogenismo, quando a troca do medicamento causador da hiperprolactinemia na?o e? possi?vel. Nos casos de hipotiroidismo, a reposic?a?o de hormo?nio tiroidiano pode ser sufi- ciente para o retorno da menstruac?a?o, com normalizac?a?o dos ni?veis de prolactina.
Nos casos de hipoestrogenismo, a conduta e? varia?vel: na amenorreia prima?ria sem desenvolvimento dos caracteres sexuais secunda?rios, comec?ar o tratamento com pequenas doses de estroge?nio e, posteriormente, aumentar a dose ate? o desenvolvimento mama?rio, com posterior inclusa?o de progestage?nio. Elevar a dose estroge?nica ate? atingir dose da fase adulta (ver protocolo especi?fico de insuficie?ncia ovariana prematura). Na deficie?ncia estroge?nica na mulher adulta, reposic?a?o com estroge?nios conjugados ou estradiol por diferentes vias, sendo que, nas mulheres com u?tero, a adic?a?o de progestage?nio e? necessa?ria para evitar o ca?ncer de endome?trio. Quando o hipoestrogenismo for decorrente de situac?o?es reversi?veis, pode-se proceder a? reposic?a?o estroprogestativa concomitante ao tratamento especi?fico para a causa (exemplo: desordens alimentares ou algumas doenc?as cro?nicas), ate? o restabelecimento da func?a?o ovariana.
Nos casos de anovulac?a?o hiperandroge?nica: no hiperandrogenismo iatroge?nico, por uso exo?geno de androge?nio, orientar a interrupc?a?o do fa?rmaco ou substa?ncia desencadeante. Na deficie?ncia enzima?tica da suprarrenal (hiperplasia adrenal conge?nita de manifestac?a?o tardia), tratamento com prednisona na dose de 2,5 mg a 7,5 mg ao dia ou dexametasona, na dose de 0,25 mg a 1 mg ao dia. Na si?ndrome dos ova?rios polici?sticos, o tratamento da amenorreia e? feito com a ministrac?a?o de progestage?nios ci?clicos ou anticoncepcional hormonal combinado oral (ACHO), que promovem regularizac?a?o do ciclo menstrual e protec?a?o contra carcinoma endometrial, pore?m o uso ci?clico de progestage?nios na?o trata o hiperandrogenismo. Os ACHO podem auxiliar no tratamento do hiperandrogenismo. A resiste?ncia a? insulina deve ser amenizada com alterac?a?o do estilo de vida, perda de peso e substa?ncias sensibilizadoras, como metformina (500 mg a 2500 mg ao dia), pioglitazona (15 a 45 mg ao dia) e/ ou mioinositol (4 g ao dia); pore?m, sobre o benefi?cio desses dois u?ltimos, ha? menos evide?ncias na literatura. Quando houver desejo de gestac?a?o, a induc?a?o da ovulac?a?o deve ser realizada. Quando houver associac?a?o com obesidade, orientac?a?o para ha?bitos sauda?veis e perda de peso (ver protocolo especi?fico). Em muitos casos de amenorreia de origem hipotala?mica, recomenda-se apoio psicolo?gico e / ou psiquia?trico, bem como acompanhamento multidisciplinar. Nas causas disfuncionais, mudanc?as no estilo de vida, adequac?a?o do peso e orientac?a?o de atividade fi?sica adequada.
Tratamento ciru?rgico
O tratamento ciru?rgico esta? indicado nas neoplasias ovarianas e de suprarrenal, bem como na si?ndrome de Cushing com presenc?a de tumor, nas sinequias intrauterinas (lise por histeroscopia, podendo ser seguido da colocac?a?o de dispositivo intrauterino, associado ou na?o a? terapia estroge?nica).(18) Malformac?o?es mu?llerianas te?m tratamento dependente da malformac?a?o encontrada. Na si?ndrome de Rokitansky com agenesia uterina e de vagina, o tratamento pode ser ciru?rgico com realizac?a?o de neovagina, embora atualmente seja preferi?vel o uso cli?nico de dilatadores vaginais. Na ause?ncia de u?tero, o transplante uterino e? tratamento experimental. Nos casos de insuficie?ncia ovariana prematura ou de disgenesia gonadal com cario?tipo contendo cromossomo Y, a gonadectomia esta? indicada, bem como nos casos de insensibilidade androge?nica, devido ao risco de tumor da go?nada.
Restaurac?a?o da fertilidade
Nas mulheres com insuficie?ncia ovariana prematura e? possi?vel a gravidez com o?vulo de doadora. Nas amenorreias centrais (hipotala?micas e hipofisa?rias) ou nas causadas por doenc?as que levam a? anovulac?a?o cro?nica, considerar a induc?a?o da ovulac?a?o, caso exista desejo reprodutivo, com escolhas varia?veis a depender, especial- mente, da causa da amenorreia e do estado estroge?nico: citrato de clomifeno (na dose de 50-150 mg/dia, iniciando a partir do segundo ao quinto dia do ciclo menstrual e por 5 dias); letrozol ou gonadotrofinas – utilizadas em dose varia?vel dependendo de va?rios fatores, sendo importantes a idade da mulher e o crescimento folicular.
Recomendac?o?es finais
Amenorreia e? um sintoma com mu?ltiplos fatores etiolo?gicos, sendo relativamente frequente na populac?a?o. Requer histo?ria cli?nica minuciosa e exame fi?sico detalhado. Esta afecc?a?o pode trazer preocupac?o?es sobre a feminilidade e fertilidade, com conseque?ncias negativas para autoestima e autoimagem da mulher, por vezes, necessitando de apoio psicolo?gico concomitante ao tratamento. O tratamento da amenorreia deve obedecer aos anseios da mulher e compreende combater o fator etiolo?gico, o tratamento do hipoestrogenismo, o tratamento das manifestac?o?es associadas e, quando possi?vel, a restaurac?a?o da fertilidade.
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A amenorreia é definida como a ausência de menstruação durante mais de três ciclos consecutivos ou seis meses consecutivos em uma mulher que costumava menstruar antes desse período; é a chamada amenorreia secundária. Amenorreia primária é a ausência de menstruação na idade de 13 anos em uma menina que não apresenta outros sinais de desenvolvimento da puberdade ou em uma adolescente de 15 anos que apresenta esses mesmos sinais. De acordo com sua origem, a amenorreia pode ser classificada em anatômica ou funcional. A forma anatômica inclui as formas congênitas – como a agenesia mülleriana, atresia cervical ou hímen imperfurado – e as formas adquiridas. Um exemplo é a síndrome de Asherman, caracterizada por sinéquia intrauterina, geralmente como consequência de procedimentos de curetagem. A manutenção da função reprodutiva requer a função secretora dos ovários, relacionada com a produção de hormônios esteroides. A deficiência da função ovárica (hipogonadismo) pode ser resultado do estímulo inadequado dos hormônios hipofisários (hipogonadismo hipogonadotrófico) ou disfunção gonadal primária (hioponadismo hipergonadotrópico). Entre as causas funcionais, as mais comuns são as relacionadas com as mudanças no funcionamento normal do eixo hipotálamo-hipófiseovário,
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