Odontologia – Saude Bucal / Dentária na Gravidez (E fora da Gravidez)

 em Obstetrícia

 Quando incorporei os conceitos da medicina integrativa na minha prática ginecológica e obstétrica, no que chamo de Ginecologia e Obstetrícia Integrativa e Funcional, faz parte do meu cartão de pré-natal o questionamento sobre a saúde odontológica, posto que como já diz o jargão: “Nossa Saúde começa pela boca!”, logo, cuidar da saúde bucal significar tratar a gestante como um todo e não apenas o útero gravídico. Vários estudos demonstram a associação de algumas patologias dentárias com risco de prematuridade e baixo peso ao nascer. Da mesma forma que o pré-natal é um período onde se procura ter um cuidado integral com a saúde da mulher, a atenção odontológica na gravidez, ou seja,  “o pré-natal odontológico” já é uma realidade.


 


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Recife 19 de janeiro de 2018

Artigo aceito para publicação em 12/01/2018, no Journal of Steroid Biochemistry & Molecular Biology, com DOI: 10.1016/j.jsbmb.2018.01.010 avaliou o papel da vitamina D nas doenças periodontais e seus consquentes efeitos adversos na gravidez

Estudos têm mostrado uma relação entre doenças periodonais maternas (DPOMs) e parto prematuro.

DPOMs  são comumente encontradas doenças bucais que causam danos progressivos ao ligamento periodontal e ossos alveolares, levando a perda de dentes e deficiências orais.

As DPOMs também afetam negativamente a saúde geral pelo agravamento das doenças cardiovasculares e metabólicas.

Além disso, pensa-se que as DPOMs estão relacionadas ao aumento da frequência de recém-nascidos prematuros e com recém-nascidos de baixo peso ao nascer (BPN).

A prematuridade e o BPN são as principais causas da mortalidade pré-natal e infantil e representam importantes problemas de saúde pública em todo o mundo.

Os tecidos periodontais inflamados geram níveis significativamente altos de citocinas pró-inflamatórias que podem ter efeitos sistêmicos na mãe hospedeira e no feto.

Além disso, as bactérias que causam DPOMs produzem endotoxinas que podem prejudicar o feto.

Estudos mostraram que os microorganismos que causam DPOMs podem ter acesso à corrente sanguínea, invadindo os tecidos uterinos, para induzir BPN.

Outro mecanismo provável que conecta DPOMs com desfecho de gravidez adverso é o estado materno de vitamina D. Foi relatado um papel de insuficiência de vitamina D na gênese das DPOMs.

A suplementação de vitamina D fornecida durante a gravidez pode reduzir o risco de infecções maternas e resultados adversos da gravidez.

Como as DPOMs são fatores de risco significativos para o desfecho adverso da gravidez, são necessários cuidados pré-natais preventivos para mulheres grávidas em colaboração com as profissões obstétricas e dentais.

Eu recomendo a consulta inicial com o odontólogo na gravidez, bem como a suplementação personalizada da Vitamina D e a avaliação laboratorial pré-concepcional, no primeiro, segundo e terceiro trimestres de gravidez. 

“Post dedicado à minha querida dentista, amiga e cliente Amélia Moraes!” 

 


 

 

            “A Saúde Bucal / Odontológica deve ser levada muito a sério. Dedico este post à querida Dra. Lívia El Auar. Nunca esquecerei de todo o seu esforço quando precisei. Obrigado por tudo mesmo.”

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Mais um trabalho muito interessante de pesquisadores brasileiros.
Ipsis litteris

“Há uma relação entre os níveis mais elevados de estresse percebido, resistência à insulina e ocorrência da doença periodontal durante a gravidez. Este estudo enfatiza a importância de prevenir a periodontite, a fim de evitar a resistência à insulina e estresse durante a gravidez, uma vez que estes podem causar complicações sistêmicas para a mãe e para o feto.”

Até os dentistas estão preocupados com o estresse interferindo na saúde bucal, sistêmica e no caso das grávidas, a saúde do bebê.

Muito bom o trabalho que avaliou níveis de estresse, glicemia sérica, insulina sérica, índice HOMA e cortisol salivar em gestantes com saúde periodontal normal, gengivite e periodontite.

O pré-natal é o momento da mulher cuidar de sua saúde como um todo. Considerar o acompanhamento por outros profissionais como nutricionistas, enfermeiras, psicólogos e odontólogos pode ser fundamental para a saúde materno-fetal.

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/bdj/v27n2/1806-4760-bdj-27-02-00123.pdf

Postado em 16 de abril d 2016


 

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