Violência Obstétrica
Considero (assim como diversos profissionais e sociedades médicas) termo violência obstétrica como inadequado, afinal é violência que realmente ocorre no ciclo gravídico-puerperal é muito mais executada por familiares, diversos profissionais de saúde, incluindo o obstetra e enfermeiros obstetras, mas não apenas pelos obstetras. Porém, é inegável a importância de se estudar esta violência contra a mulher incluindo a gravidez e o puerpério. O que visualizo hoje e há mais de 20 anos é a violência institucional, pois as maternidades públicas onde trabalhei (e ainda trabalho) evidenciam com imensa clareza as precariedades e absurdos que ocorrem como superlotação em maternidades, gestantes internadas em macas, pacientes sem privacidade na hora do nascimento, falta de lençóis e mesas de parto adequadas, por exemplo.
Já prestei assistência ao parto em mais de 20 maternidades em Pernambuco, das maternidades públicas lembro demais como exemplo: a Maternidades Padre Geral Leite Bastos, no Cabo de Santo Agostinho, quando tive meu primeiro contato com o parto verticalizado, havia uma mesa de parto muito bacana neste Serviço (década de 90) e por volta de 2006 a maternidade Brites de Albuquerque, uma maternidade de baixo risco com uma estrutura simples porém acolhedora e uma equipe de saúde médicos e enfermeiros trabalhando em harmonia. E recentemente, em março de 2023, visitei a Maternidade Sofia Feldman em Belo Horizonte (MG) e vi uma maternidade de grande porte 100% SUS funcionar de maneira adequada / humanizada.
Segue abaixo um Webinário da Associação Paulista de Medicina intitulado: O parto e suas consequências: uma releitura da violência obstétrica:
Segue também um pdf descrevendo o Posicionamento FEBRASGO contra o termo violência obstétrica.
“Um parto de violência” é um documentário que reúne relatos de mulheres que sofreram violência obstétrica e promove a reflexão sobre o tema. O filme foi produzido por Giullia Buch, Hellen Barbosa e Maria Claudia Batista, estudantes de jornalismo da Universidade Positivo, em Curitiba-PR.
Achei interessante boa parte deste vídeo abaixo, como considero mais importante ainda ações contra a violência contra a mulher.