Gerenciamento do Estresse
Uma exploração do papel da religião e espiritualidade na promoção do bem-estar dos médicos em Medicina de Emergência.
Resumo
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Burnout é altamente prevalente entre os médicos de medicina de emergência (ME) e tem um impacto significativo na qualidade dos cuidados e na capacidade de trabalho. O objetivo deste estudo foi determinar se maior religião / espiritualidade (R / S) está associada a uma menor prevalência de Burnout entre os médicos ME (desfecho primário). Uma história de ações judiciais por negligência e comportamentos desadaptativos foram os resultados secundários.
MÉTODOS:
Este foi um estudo transversal, baseado em pesquisas, conduzido entre uma amostra aleatória de médicos da lista de discussão da Faculdade de Medicina de Emergência de Massachusetts. A Síndrome de Burnout foi medida usando uma versão validada de 2 itens do “Maslach Burnout Inventory”. Comportamentos desadaptativos (fumo, bebida e uso de substâncias) e negligência médica foram auto-referidos. As medidas de R / S incluíam religiosidade organizada, afiliação religiosa, prática privada de R / S, autopercepção da espiritualidade, descanso religioso e compromisso religioso. A regressão logística foi usada para modelar os desfechos do estudo como uma função dos preditores de R / S.
RESULTADOS:
Dos 422 médicos da EM que receberam o convite para participar, 138 completaram a pesquisa (32,7%). A prevalência de Burnout foi de 27%. Nenhuma associação significativa foi observada entre os indicadores de Burnout e R / S. Comportamentos desadaptativos (OR ajustado = 0,42, IC: 0,19 a 0,96; p = 0,039) e histórico de negligência médica (OR ajustado = 0,32; IC: 0,11 a 0,93; p = 0,037) foram menos prováveis ??entre os médicos que relataram estar mais envolvidos organizada atividade religiosa e observar um dia de descanso por motivos religiosos, respectivamente.
CONCLUSÃO:
Este estudo fornece evidências preliminares para uma possível associação protetora de certas dimensões do R / S em comportamentos mal-adaptativos e negligência médica entre médicos ME.
PALAVRAS-CHAVE: Esgotamento; Medicina de emergência; Prevenção; Religião; Espiritualidade
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Acordar no sábado pesquisar sobre avaliação da composição corporal na gravidez e encontrar uma trabalho que relacionou a avaliação do cortisol materno (pela saliva, que muitos críticos dizem que não tem significado) com a adiposidade infantil apenas me estimula a continuar estudando e avaliando a gestante de forma personalizada
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?Foram avaliadas 67 gestantes através do cortisol salivar, diversas amostras (60 para cada gestante no total) ao longo da gravidez e correlacionado com a composição corporal de seus descendentes com seis meses de idade através da Densitometria por dupla emissão de raio-x (DEXA)
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?Entringer e colaboradores, 2016 concluíram neste trabalho que existe um efeito específico no estágio de gestação do cortisol materno sobre o ganho de adiposidade infantil na vida pós-natal precoce e fornecem evidências em humanos para apoiar o papel dos glicocorticóides na programação fetal do risco de obesidade infantil
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Da mesma maneira que devemos avaliar a composição corporal de forma adequada principalmente no período em que ela mais se modifica, a avaliação do estresse materno também deve ser melhor avaliada, posto que a gravidez sabidamente representa um momento importante na vida da mulher, porém com diversas modificações que alteram o gerenciamento do estresse materno
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Assim, agir preventivamente buscando o melhor gerenciamento do estresse, orientar hábitos saudáveis de vida, avaliar o hormônio relacionado com o estresse materno (cortisol), orientar acompanhamento específico seja por um psicólogo ou psicanalista, tratar alguns casos com fitoterápicos ou nutracêuticos parece-me muito salutar
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#consultoriodrglauciusnasc

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??Várias síndromes / patologias cursam com dor e estão relacionadas ao estresse. É óbvio: se a patologia já cursa com dor e a pessoa encontra-se estressada, lógico que irá doer mais. Existem mecanismos bioquímicos, alguns neurotransmissores são produzidos (ou deixam de ser) e desencadeiam diversas reações bioquímicas. Algumas pesquisas apontam que há uma maior produção de substâncias pró-inflamatórias, que irão aumentar nas síndromes dolorosas. Existe correlação entre mente e corpo, isto é indiscutível
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??Agora imagine esta pessoa que tem uma síndrome dolorosa e não dorme direito… O que vai acontecer no outro dia? A dor é mais intensa!
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??Esta mesma pessoa é cercada por outras que também são desencadeadoras do seu estresse e pior, não passa por uma vida financeira boa. Tem influência? Claro!!! O ser humano é um ser psico-social!
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??E o que é possível fazer para minimizar esta dor, para melhorar este ciclo do medo e do estresse?
Combater o MEDO E ANSIEDADE, através de terapias são capazes de aumentar sua coragem e calma, paciência, resiliência para mudar.
Tirar o ENFOQUE DA DOR e passar para o enfoque do bem-estar. Com o que você se sente bem (desde que seja saudável) que podemos fazer para minimizar o seu sofrimento?
Tratar o DESCONDICIONAMENTO, alguns exercícios físicos ou tratamentos fisioterápicos e psicoterapia / psicanálise podem ajudar bastante
Considerar a terapêutica apropriada para a DEPRESSÃO, não necessariamente ou apenas com medicamentos, mas com nutracêuticos e principalmente modificações do estilo de vida
Atenção especial às CRENÇAS, EXPECTATIVAS e ATRIBUIÇÕES: é preciso considerar o ser humano como um todo incluindo o seu aspecto espiritual, suas expectativas e sonhos, até mesmo a respeito de suas atribuições no trabalho. Precisamos melhorar a capacidade de trabalho de um indivíduo. Quem trabalha feliz, está bem espiritualmente e dá conta de suas atribuições certamente está cuidando de sua saúde de forma integral
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??QUER COMBATER O SEU ESTRESSE OU SUA DOR? LANCE MÃO DE OPÇÕES TERAPÊUTICAS QUE MELHOREM A SUA QUALIDADE DE VIDA!!!
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Fonte da Figura: Medicina Comportamental 5a. Edição
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?Após um evento estressante, o hipotálamo produz o hormônio corticotropina (CRH) que induz a produção do Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH) pela glândula pituitária. ACTH, por sua vez induz a produção de cortisol pelas glândulas suprarrenais (adrenais).
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?O Cortisol pelo feedback negativo inibe a produção de CRH e ACTH pelo hipotálamo e da hipófise, respectivamente.
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?Cortisol materno induz a produção de CRH pela placenta aumentando o nível de cortisol materno durante a gravidez.
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?Embora o cortisol seja degradado em cortisona na placenta pela enzima 11-beta-hidroxiesteróide desidrogenase tipo 2 (11b-HSD2), cerca de 20% passa para além da placenta para o feto.
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?Um nível normal de cortisol é importante para o desenvolvimento do cérebro fetal normal (por exemplo, no hipocampo e no eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrena
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??Cortisol e serotonina placentários são essenciais para o desenvolvimento do cérebro fetal
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??Estresse Materno pré-natal altera sistemas de glicocorticóides (11b-HSD2, GR e CRH) e de serotonina (5-HT2a SERT, 5-HT1A e), bem como interação entre a serotonina e o glicocorticóide na placenta. Estas alterações placentárias podem levar a neurodesenvolvimento adverso e a transtornos psiquiátricos na vida adulta tardia
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??Adaptação placentária em resposta ao estresse materno pré-natal é dependente do sexo, levando a um risco aumentado de desenvolvimento neurológico efeito adverso no macho em relação à fêmea (assim propõe o estudo)
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??Ok @dr.glauciusnascimento, mas o que é que isso vai mudar na minha gravidez? O que muda é que se torna necessário um manejo adequado do estresse materno, afinal mecanismos genéticos e também relacionados ao estresse, além de desequilíbrios hormonais, podem influenciar no desenvolvimento de uma criança ou adulto com maior risco de doenças psiquiátricas. A assistência pré-natal precisa ser personalizada. Gestantes com problemas relacionados ao estresse precisam ser avaliadas através de uma anamnese bem direcionada, além da realização de exames laboratoriais específicos. Mais ainda, elas devem ser orientadas de forma diferenciada, com suplementação nutracêutica adequada, acompanhamento multiprofissional (psicólogo, psiquiatra, psicanalista), além de outras terapias Integrativas como a meditação, Yoga, Tai Chi, Pilates, biofeedback ou terapias cognitivo-comportamentais,

Excelente artigo publicado por J. St-Pierre et al., no jornal Placenta em novembro de 2015. Segue o resumo..
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??Fetos são expostos a muitas perturbações ambientais que podem influenciar o seu desenvolvimento. Esses fatores podem ser facilmente identificáveis como drogas, doenças crônicas ou estresse materno pré-natal
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??Recentemente, tem sido demonstrado que a serotonina sintetizada pela placenta é crucial para o desenvolvimento do cérebro do feto. Além disso, muitos estudos mostram o envolvimento de alteração sistema da serotonina na doença psiquiátrica durante a infância e a idade adulta
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??Esta revisão resume estudos existentes que mostram que o estresse materno pré-natal, induz uma alteração do sistema de serotonina (placenta e no cérebro fetal) durante uma janela crítica do desenvolvimento inicial, poderia levar à alteração do desenvolvimento fetal e aumentar os riscos de doenças psiquiátricas mais tarde na vida
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??Este fenômeno, determinado por programação fetal, pode estar relacionado ao sexo do feto
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??Destaca-se a necessidade de compreender melhor a modificação do sistema de serotonina fetal induzida pelo estresse materno pré-natal e a nível placentário, com a finalidade de encontrar biomarcadores precoces de transtornos psiquiátricos
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??Difícil? Não! Resumiria apenas refletindo o quão é importante a saúde mental durante o planejamento da gravidez e durante a própria gravidez. Combater todas as formas de estresse é uma tarefa difícil mas que deve ser encarada com seriedade pelos clientes e seus profissionais de saúde. É possível sim se estressar menos, utilizar diversas formas não medicamentosas de combate à ansiedade e permitir o desenvolvimento de um bebê mais saudável do ponto de vista neuropsicoemocional
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?A revisão partiu de 2532 estudos, mas que apenas 12 apresentaram os critérios de inclusão estabelecidos na metodologia proposta
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??6 estudos demonstraram associação entre o estresse pré-natal afetou significativamente a hemodinâmica maternal ou fetal
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??6 estudos não encontraram a associação acima descrita
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??O artigo conclui citando que há uma limitada associação entre o estresse pré-natal está associado com mudanças na circulação materno-fetal. Estudos com melhor metodologia são necessários .
Poderia dizer que empatou? 6 x 6? NÃO (AO MEU VER). Na dúvida entre os ensaios clínicos, voltemos ao ciclo básico do curso médico. Bioquimicamente e fisiologicamente (ou fisiopatologicamente) marcadores de inflamação, de coagulação e de oxidação são observados mais frequentemente em indivíduos submetidos ao estresse. Há alteração na produção do cortisol, da melatonina, do matabolismo da glucose e da tireóide; a disfunção pode inclusive envolver a barreira de proteção intestinal, prejudicando a absorção dos nutrientes, mais ainda permitindo a entrada de substâncias pró-inflamatórias, pró-oxidantes e protrombóticas. Tudo isto pode contribuir para ocorrerem modificações hemodinâmicas na circulação materna e fetal, CLARO QUE PODE!!! .
?Um tratamento transdisciplinar pela abordagem holística pode ajudar e muito as gestantes portadoras de distúrbios de ansiedade / estresse no pré-natal. Nunca menospreze isto. Ansiedade / Estresse não é normal na gravidez, deve ser diagnosticado e tratado de forma adequada. Se há tanta tecnologia pra avaliar o bem estar fetal, também existem estratégias já bem estabelecidas para avaliar e melhorar o bem-estar materno
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Cuidar bem da mãe significa cuidar bem do bebê!!!
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??Dra. Ana Carla estudou dois grupos de gestantes de baixo e alto risco (cardiopatas, hipertensas e diabéticas) e verificou uma diferença significativamente estatística entre os dois grupos nos valores do cortisol salivar à meia noite. O grupo de gestantes de baixo risco apresentou cortisol quase que a metade do valor das de alto risco (11,45 x 20,23 nmol/L) .
??A autora discorre em sua dissertação de mestrado sobre a relação entre alterações no cortisol e estresse materno, parto prematuro, alterações no comportamento do recém-nascido, baixo peso fetal e complicações metabólicas na vida adulta. .
??E no final termina com um belíssimo texto que reproduzo ipsis litteris sobre a importância de se trabalhar em equipe, numa abordagem integrada (ou integrativa). .
“Atualmente, as disciplinas que estudam o período gestacional não o fazem de forma integrada. A obstetrícia enfoca as complicações inerentes ao parto, os profissionais de saúde mental se preocupam com a depressão pós-parto, os clínicos na identificação de patologias que não são próprias da gravidez, a pediatria nas patologias do recém-nascido imediatas ao parto. A importância da integração interdisciplinar nas pesquisas em gestantes representa um avanço no campo do conhecimento sobre a gestação e permite reconhecer esta fase como determinante na formação do indivíduo”. .
??* A Dra Ana Carla Peres é endocrinologista de formação, com mestrado em ginecologia e doutorado em neurociências.Fonte: ??Dissertação de mestrado http://livros01.livrosgratis.com.br/cp075798.pdf
??Artigo publicado http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v10n1/v10n1a07.pdfData de Publicação: 29/04/2016