Ultrassonografia Intraparto
Eu defendo sim o uso da tecnologia em obstetrícia. Será a única forma de avançarmos numa assistência mais segura e consequentemente mais humanizada, afinal nada mais humanizado do que um um parto bem assistido, independente da via de parto, é um parto com resultados excelentes maternos e perinatais. A ultrassonografia intraparto inclusive mostrou-se como um método que aumenta as chances de um parto normal. Não faz sentido em 2018 (já não fazia sentido há muito tempo), acompanharmos uma paciente em trabalho de parto e não identificarmos a variedade de posição, a estimativa de peso fetal, o perfil biofísico e hemodinâmico fetal, com a utilização de Dopplerfluxometria, sequer entendermos de forma objetiva como ocorre o mecanismo do parto que assistimos. Realizamos diversas ultrassonografias no pré-natal e, de repente, no momento mais importante da vida de um indivíduo, o seu nascimento, esta monitorização não ocorre. Ao meu ver os equipamentos de ultrassonografia devem estar presentes em todas as maternidades. O preço que se paga por um equipamento e uma equipe bem treinada é muito menor do que o preço que se paga por um resultado materno e perinatal adverso. Saliento que não há evidência científica que sustente esta minha opinião, até porque poucos obstetras possuem equipamentos de ultrassonografia ou são habilitados para execução do exame e a única maneira de realmente entendermos este novo método de acompanhamento do trabalho de parto é praticando, afinal, até que se prove o contrário e mediante os trabalhos científicos atuais, a ultrassonografia intraparto tem trazido inúmeros benefícios. Também apoio a utilização da cardiotocografia anteparto, por motivos semelhantes ao que já escrevi. Seguem alguns artigos para profissionais de saúde, especificamente obstetras e ultrassonografistas sobre o tema.
O Jornal Americano de Ginecologistas e Obstetras publicou uma série de de 10 artigos e 1 editorial sobre ultrassonografia intraarto, disponível no link https://www.ajogmfm.org/issue/S2589-9333(21)X0008-0 . Colocarei abaixo os artigos já traduzidos para o português, facilitando para algum profissional de assistência ao parto como eu que acredita na assistência ao parto guiada por ultrassonografia.
Ultrassonografia intraparto e medicina baseada em evidências: um casamento necessário, mas desafiador
Tullio Ghi, MD, PhD
DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajogmf.2021.100428
Em 2021, a ultrassonografia entrou com segurança nas portas da enfermaria de parto, tornando-se um recurso adicional precioso para obstetras e parteiras para o gerenciamento do trabalho de parto. Esta tem sido uma revolução Copernicana para a obstetrícia, que é uma das artes médicas mais antigas da história e tem sido baseada há séculos nas únicas habilidades clínicas dos dedos e olhos.
Inicialmente, a ultrassonografia intraparto tem sido empregada principalmente transabdominalmente, com o objetivo principal de confirmar a apresentação do bebê: vértice, pélvico ou transversa e mais tarde, a posição do occipital fetal: anterior, posterior ou transversa.
Em vários estudos observacionais e alguns ensaios randomizados o uso do ultrassonografia provou ser muito mais confiável do que o exame vaginal na avaliação da posição fetal tanto na primeira quanto na segunda fase do trabalho de parto e particularmente quando essa avaliação é mais relevante, ou seja, antes de considerar ou realizar um parto vaginal operatório.
Atualmente, transabdominal A ultrassonografia é considerada o método padrão-ouro para o diagnóstico de apresentação fetal e posição no trabalho de parto.
Mais recentemente, a ultrassonografia transperineal foi introduzida como uma abordagem alternativa para avaliar e medir a estática fetal no canal do parto. A ultrassonografia transperineal intraparto demonstrou ser mais objetiva e reprodutível do que o exame clínico na avaliação da descida da cabeça fetal que pode ser quantificada com um ou mais parâmetros ultrassonográficos, incluindo ângulo de progressão, distância do cabeça-períneo,13 ângulo da linha média e distância da sínfise para a cabeça
Na última década, o uso da ultrassonografia intraparto tem visto uma popularidade crescente, especialmente entre os países de renda média e alta, e um grande interesse na comunidade científica surgiu pela utilidade potencial dessa técnica emergente na melhoria do gerenciamento do trabalho de parto lento. Uma série de estudos observacionais mostrou que, devido a um diagnóstico mais preciso da estática fetal, posição, atitude e progressão, a ultrassonografia transabdominal e transperineal tem um desempenho melhor do que o exame clínico na previsão da ocorrência de parto vaginal entre mulheres com fase ativa prolongada, aquelas com um segundo estágio prolongado, ou aquelas que se submeteram ao parto vaginal operatório.
Neste número especial do American Journal of Obstetrics and Gynecology MFM dedicado ao uso do ultrassom no trabalho de parto, você encontrará uma coleção de revisões de especialistas que resumem os conceitos mais recentes sobre ultrassom intraparto e reconhecem o valor agregado desta ferramenta na otimização do resultado do trabalho de parto. Alguns artigos revisam o papel da ultrassonografia no manejo de mulheres com um primeiro ou segundo estágio prolongado do trabalho de parto enquanto outros revisam como a ultrassonografia pode ajudar a decidir entre o parto vaginal e a cesariana operatórios.
Outros artigos revisam as aplicações emergentes do ultrassom antes ou durante o trabalho de parto, como a avaliação do assoalho pélvico, do colo do útero ou o Doppler fetal e sua associação com resultados maternos e perinatais.
Finalmente, apresenta-se o uso da ultrassonografia pós-parto no diagnóstico de lesão esfincteriana anal obstétrica.
Apesar dessa riqueza de dados e estudos, o teste mais desafiador para ultrassonografia intraparto, assim como para a maioria dos exames e intervenções, é o da medicina baseada em evidências (MBE). Os poucos ensaios clínicos randomizados que foram produzidos até agora mostraram que o uso da ultrassonografia intraparto não está associada a melhores resultados do trabalho de parto e parto e diminuição da morbidade e mortalidade materna e/ou perinatal em comparação com o atendimento padrão.
Isso pode se tornar uma grande decepção para os defensores dessa técnica, mas na era moderna, não podemos ignorar que os benefícios de uma nova estratégia médica devem ser validados por ensaios rigorosos antes que ela possa ser implementada na prática rotineira.
Vários erros foram cometidos no passado, quando uma nova técnica ou terapia logo foi adotada pelo sistema de saúde antes de descobrir que seu uso rendeu mais mal do que bem.
Não há dúvida de que o casamento entre ultrassom intraparto e MBE é desejável e deve ser perseguido por todos os meios, mas este é de fato difícil porque os requisitos rigorosos da noiva (por exemplo, MBE) não se dão bem com as características do noivo (por exemplo, ultra-som intraparto).
Uma avaliação sólida e convincente da utilidade clínica da ultrassonografia intraparto requer ensaios extraordinariamente grandes e protocolos padronizados para o gerenciamento do trabalho de parto.
Os poucos ensaios clínicos randomizados (ECRs) em ultrassonografia intraparto realizados até o momento tiveram números baixos, sofreram recrutamento lento e tiveram pouco poder de tirar conclusões sobre desfechos adversos relativamente pouco frequentes, como parto vaginal operatório reprovado e complicações maternas e perinatais. Isso deixa os clínicos em incerteza, oscilando entre a consciência de que, com a ultrassonografia intraparto, eles podem ser mais precisos na avaliação da cabeça e posição fetal e o fato de que essa precisão não provou impactar favoravelmente no resultado do trabalho de parto por ensaios randomizados.
Não tenho uma solução para facilitar o casamento entre ultrassom intraparto e MBE, mas deixo o leitor com algumas perguntas provocativas: um ECR é sempre necessário para adotar um novo método na medicina? Por exemplo, o maior ECR sobre fazer uma ultrassonografia do feto não mostrou benefícios maternos ou perinatais, mas todas as diretrizes da sociedade recomendam pelo menos uma ultrassonografia (geralmente ≥) na gravidez.
Podemos pular os requisitos da MBE quando a lógica parece apoiar o uso da ultrassonografia intraparto? A confirmação positiva de um ensaio foi necessária antes de iniciar o uso de ultrassom ao vivo na realização de uma amniocentese? É um risco endossar o uso da ultrassonografia intraparto no manejo do trabalho de parto anormal com base apenas na demonstração convincente de que a ultrassonografia é melhor do que os dedos na avaliação da estática fetal e da posição no trabalho de parto?
Diretrizes Práticas da ISUOG: ultrassonografia intraparto .
• A posição occipital-posterior persistente está associada a maior risco de parto operatório 52 e morbidade materna e perinatal 53,54.
• A determinação correta da posição da cabeça é crucial antes da entrega instrumental. Um erro na avaliação da posição da cabeça pode resultar na colocação inadequada de vácuo ou fórceps, aumentando o potencial de lesão fetal e a taxa de falha do procedimento 55–58. O parto instrumental falho seguido pela cesárea está associado a um aumento do intervalo de decisão para o parto 59 e a um risco aumentado de trauma materno 60,61 e fetal 62-65.
A avaliação clínica por palpação tende a ser ainda menos precisa em casos de posição anormal da cabeça, como occipital posterior ou transversal, quando é mais provável a intervenção médica19,20,22,23 (LEVEL OF EVIDENCE: 2 ++).
Essa imprecisão pode ser exagerada pela presença de caput succedaneum e asynclitism, ambos freqüentemente associados a trabalho de parto obstruído. Vários estudos não conseguiram demonstrar uma diferença significativa na acurácia entre obstetras experientes e inexperientes19,21,22, embora esse achado tenha sido questionado por outros 20 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+).
Vários estudos demonstraram a superioridade do ultrassom isolado ou em combinação com o exame digital na determinação precisa da rotação da cabeça do feto em comparação com o exame digital tradicional isolado 19–28,66 (LEVEL OF EVIDENCE: 1–).
Avaliação da estática da cabeça fetal
A estática da cabeça fetal é o nível da cabeça fetal no canal do parto em relação ao plano das espinhas isquiáticas maternas (a apresentação não-cefálica não é considerada nestas Diretrizes). O termo ‘encaixe da cabeça’ é usado quando a parte mais larga da cabeça passa pela entrada pélvica ou dois quintos ou menos da cabeça do feto é palpável no abdome, correspondendo à descida do plano biparietal da cabeça fetal até um nível abaixo daquele da entrada pélvica 67. No exame vaginal digital, a cabeça fetal é considerada encaixada quando a parte anterior do crânio atinge a linha ou o plano imaginário entre as espinhas isquiáticas maternas. Este plano da cabeça é referida como plano 0. Planos de cabeça superior ou inferior são expressas em centímetros acima (negativo) ou abaixo (positivo) deste plano de referência, respectivamente.
A subjetividade da avaliação digital transvaginal da cabeceira fetal foi demonstrada por Dupuis et al.18 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+). Usando um simulador de nascimento equipado com um sensor, eles colocaram um manequim de cabeça fetal em estações definidas de acordo com o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, e um grupo de examinadores de vários níveis de experiência usou a palpação para classificar a cabeça do feto como alta, média pélvica, baixa ou saída. O erro médio de “categoria” foi de 30% para residentes e 34% para obstetras. Mais importante ainda, o diagnóstico incorreto de uma apresentação pélvica média, em vez de uma apresentação pélvica alta verdadeira, foi responsável pela maioria dos erros (88% e 67% por residentes e obstetras, respectivamente). Na prática clínica, tal erro de classificação pode afetar negativamente o acompanhamento do trabalho de parto.
O exame ultrassonográfico documenta objetiva e precisamente o plano da cabeça fetal no canal do parto29–33,35,47,68 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+).
Uma série de parâmetros sonográficos tem sido sugerida para descrever o plano da cabeça fetal; estes demonstraram ter alta concordância intra e interobservador69-71 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+).
Avaliação da descida da cabeça do feto (progressão)
Alguns estudos observacionais 36,37,39,72,73 sugeriram que a repetição dos exames de ultrassonografia para avaliar a mudança da cabeça ao longo do tempo (“progressão”) funciona melhor do que o exame digital ao documentar a descida da cabeça do feto e demonstrar trabalho de parto lento ou falta de progresso no primeiro e segundo estágios (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+).
Avaliação da atitude da cabeça fetal
A atitude da cabeça do feto é a relação da cabeça do feto com a coluna. O ultra-som provou ser útil na avaliação visual da atitude da cabeça do feto74,75 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2–) e no diagnóstico objetivo da má formação da cabeça do feto no trabalho de parto76-80 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 3).
Técnica
A avaliação ultrassonográfica no trabalho de parto pode ser realizada por via transabdominal ou transperineal, dependendo do parâmetro que é o objetivo do exame (principalmente posição e estação / plano) e da indicação clínica. Uma máquina de ultra-som bidimensional equipada com uma sonda convexa, como a usada para ultrassonografia fetal transabdominal para biometria e avaliação da anatomia, é usada. Os requisitos sugeridos do equipamento para uso na ala de trabalho são: ele é rápido de inicializar e possui baterias com vida útil longa e que são rápidas de recarregar. Uma insonação de setores amplos e de baixa frequência (<4 MHz) é mais adequada para o ultra-som em trabalho de parto.
Avaliação da posição da cabeça fetal
A avaliação ultrassonográfica da posição da cabeça do feto é melhor realizada por imagem transabdominal nos planos axial e sagital 81. Colocando a sonda de ultrassom transversalmente no abdômen materno, obtém-se uma visão axial do tronco fetal ao nível do abdome superior ou do tórax fetal. A posição da coluna fetal pode então ser determinada. O transdutor de ultra-som é então movido para baixo até atingir a região suprapúbica materna, visualizando a cabeça fetal. Os pontos de referência que representam a posição do occipício fetal são as duas órbitas fetais para o occipício posterior, o eco cerebral da linha média para o occipital transverso e o próprio occipital e a coluna cervical para a posição occipital-anterior 81 (Figuras 1 e 2). O plexo coróide, que diverge em direção ao occipício, pode ser útil na determinação da posição da cabeça fetal47.
Figura 1 Ultrassonografia transabdominal (plano sagital) no feto com posição occipital-anterior. (Reproduzido de Youssef et al. 81.)
Figura 2 Ultrassonografia transabdominal (plano transverso) no feto com posição occipital posterior. (Reproduzido de Youssef et al. 81.)
As estruturas da linha média na cabeça fetal podem ser difíceis de visualizar em imagens transabdominais em planos mais baixos da cabeça fetal. A combinação de uma abordagem transabdominal com ultrassonografia transperineal pode ser recomendada nesses casos para a determinação precisa da posição.
A posição pode ser descrita representando um círculo, como um relógio (Figura 3): posições ? 02,30 he ? 03,30 horas devem ser registradas como transverso occipital esquerdo (LOT); posições ? 08,30 he ? 09,30 horas como occipital direito transverso (ROT); posições> 03,30 he <08,30 h devem ser registradas como occipital posterior; e posições> 09,30 he <02,30 h como occipital anterior25.

Figura 3 Classificação da posição do occipício fetal com base nas posições do ponteiro das horas no mostrador do relógio: posições ? 02,30 he ? 03,30 horas devem ser registradas como occipital transverso esquerdo (LOT) e posições ? 08,30 he ? 09,30 h como transverso occipital direito ( ROT). Posições> 03,30 he <08,30 h são occipital posterior (OP) e posições> 09,30 he <02,30 h são occipital anterior (OA) 92,93.
Avaliação do plano da cabeça fetal
A avaliação ultrassonográfica da do plano da cabeça fetal é melhor realizada por ultrassonografia transperineal no plano sagital mediano ou axial. A sonda é colocada entre os dois grandes lábios ou mais caudalmente, no nível do quarto, com a mulher em posição semirecente, com as pernas flexionadas nos quadris e joelhos a 45? e 90? graus, respectivamente. É essencial que a bexiga esteja vazia. No plano mediano sagital, os seguintes marcos anatômicos são claramente representados:
• articulação da sínfise púbica, como estrutura ecogênica oblonga, irregular; idealmente exibido em uma posição horizontal;
• crânio fetal, com tábua anterior e posterior.
O plano de referência tradicional da palpação vaginal, o nível das espinhas isquiáticas, não pode ser visto nessa visão. No entanto, há uma relação anatômica fixa entre a extremidade inferior da sínfise púbica e o plano inter-isquial: a linha infrapúbica é uma linha imaginária que se origina da extremidade caudal da sínfise púbica, perpendicular ao seu longo eixo, estendendo-se até a dorsal. parte do canal do parto. Em reconstruções tridimensionais de dados de tomografia computadorizada de uma pelve óssea normal feminina, a linha infrapúbica mostrou-se 3 cm acima do plano das espinhas isquiáticas 42,82-84.
Na imagem transperineal no plano mediano sagital, vários parâmetros têm sido propostos que usam a sínfise púbica como marco e ponto de referência para medições quantitativas. Três indicam a estação (plano) da cabeça diretamente: o ângulo de progressão (AoP), também chamado de “ângulo de descida” 40,43; a distância de progressão (PD) 30; e o posto de cabeça de ultrassom transperineal41. Outros indicam indiretamente: a distância cabeça-sínfise (HSD) é um parâmetro indireto que muda com a descida51; e a direção da cabeça indica a direção do maior eixo reconhecível da cabeça fetal em relação ao longo eixo da sínfise púbica42. Com rotação simples no sentido horário do transdutor em 90?, obtém-se um plano axial, no qual dois parâmetros adicionais podem ser avaliados e medidos: a distância cabeça-períneo (HPD) 34, como um marcador da estação de cabeça; e o ângulo da linha média (MLA) 31, que avalia a rotação da cabeça.
Direção da cabeça fetal.
A direção da cabeça, um marcador indireto da cabeceira, foi descrita pela primeira vez por Henrich et al.42 como o ângulo entre o maior eixo reconhecível da cabeça fetal e o longo eixo da sínfise púbica, medido em uma visão transperineal sagital mediana (Figura 5). Foi classificada categoricamente como “cabeça para baixo” (ângulo <0º), “horizontal” (ângulo 0º a 30º) e “cabeça erguida” (ângulo> 30º). Os autores notaram uma mudança facilmente identificável na direção da cabeça à medida que desce em direção ao assoalho pélvico, de baixo para horizontal, para cima. Head up imediatamente antes do parto vaginal operatório (OVD) correlacionado com um sucesso e relativamente fácil (poucas trações) procedimento.
Estação principal sonográfica.
A estação do ultrassom transperineal expressa o plano da apresentação cefálica convencionalmente usada para avaliação palpatória do progresso do trabalho de parto (cm acima ou abaixo do plano da espinha isquiática) e incorpora a curvatura do canal do parto. Requer a avaliação de: (i) direção da cabeça (ver acima) e (ii) a distância entre o plano infrapubico (3 cm acima do plano isquiático) e a parte óssea mais profunda ao longo da linha da direção da cabeça (Figura 6). Estação de cabeça de ultra-som transperineal foi comparada com outros parâmetros da estação de cabeça fetal. Embora seja mais complexo de medir (exigindo medições de ângulo e distância), correlacionou-se linearmente com o AoP facilmente mensurável: a relação entre esses dois parâmetros permite a conversão direta de medidas de AoP em centímetros na palpação convencional. escala (Tabela 1).
Tabela 1 Conversão entre o ângulo de progressão (AoP) e a estação do ultrassom transperineal (TPU)Adaptado de Tutschek et al.41. Estação de cabeça de TPU calculada usando fórmula obtida pela regressão da estação de cabeça sobre o ângulo de progressão (estação de cabeça de TPU (cm) = AoP (?) × 0.0937 – 10.911).
Ângulo de progressão (AoP) / ângulo de descida.
O AoP é o ângulo entre o longo eixo do osso púbico e uma linha a partir da borda mais baixa do púbis, tangenciada à parte óssea mais profunda do crânio fetal (Figura 4). Foi descrito pela primeira vez em 2009 40,43 e foi encontrado um parâmetro preciso e reprodutível para avaliação da descida da cabeça do feto 40,41,69,70 (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+). Duckelmann et al.72 demonstraram que a medida da AoP pode ser aprendida facilmente, independentemente do nível de experiência de ultrassonografia do clínico (NÍVEL DE EVIDÊNCIA: 2+). Em sua investigação de vários parâmetros diferentes, Tutschek et al.41 compararam o AO e a cabeça do ultrassom transperineal, constatando que o feto [a estação de cabeça 0 corresponde a um AO de 116? (Tabela 1).
Figura 4 Medição do ângulo de progressão, mostrando a colocação do transdutor e como o ângulo é medido (imagens cortesia de A. Youssef, E. A. Torkildsen e T. M. Eggebø).
Direção da cabeça fetal.
A direção da cabeça, um marcador indireto da cabeceira, foi descrita pela primeira vez por Henrich et al.42 como o ângulo entre o maior eixo reconhecível da cabeça fetal e o longo eixo da sínfise púbica, medido em uma visão transperineal sagital mediana (Figura 5 ). Foi classificada categoricamente como “cabeça para baixo” (ângulo <0º), “horizontal” (ângulo 0º a 30º) e “cabeça erguida” (ângulo> 30º). Os autores notaram uma mudança facilmente identificável na direção da cabeça à medida que desce em direção ao assoalho pélvico, de baixo para horizontal, para cima. Head up imediatamente antes do parto vaginal operatório (OVD) correlacionado com um sucesso e relativamente fácil (poucas trações) procedimento.
Figura 5 Direção da cabeça fetal: horizontal (esquerda) e cabeça para cima (direita).
Estação sonográfica da cabeça.
A estação do ultrassom transperineal expressa a cabeça na escala convencionalmente usada para avaliação palpatória do progresso do trabalho de parto (cm acima ou abaixo do plano da espinha isquiática) e incorpora a curvatura do canal do parto. Requer a avaliação de: (i) direção da cabeça (ver acima) e (ii) a distância entre o plano infrapúbico (3 cm acima do plano isquiático) e a parte óssea mais profunda ao longo da linha da direção da cabeça (Figura 6). ). Estação de cabeça de ultra-som transperineal foi comparada com outros parâmetros da estação de cabeça fetal. Embora seja mais complexo de medir (exigindo medições de ângulo e distância), correlacionou-se linearmente com o AoP facilmente mensurável: a relação entre esses dois parâmetros permite a conversão direta de medidas de AoP em centímetros na escala de palpação convencional escala (Tabela 1).
• Progresso lento ou parada no primeiro estágio do trabalho de parto
• Progresso lento ou parada no segundo estágio do trabalho de parto
• Determinação da posição da cabeça do feto e da posição antes
considerando ou realizando parto vaginal instrumental
• Avaliação objetiva da má apresentação da cabeça fetal
- A estática fetal deve ser avaliada transperinealmente, não transabdominalmente.
- O HPD é simples de medir e é reproduzível.
- O AO (em graus) equivale ao situação da cabeça expressa em centímetros, de –3 cm a +5 cm (a conversão direta é possível), e tem o potencial de ligar dados de ultrassom à avaliação tradicional por palpação.
- HPD e AoP correlacionam linearmente (para estação alta, isto é, maior que 0 a +1).
2. A posição da cabeça (e coluna) é avaliada com maior precisão pela ultrassonografia transabdominal do que pela palpação digital. O conhecimento da posição da cabeça em suspeita de atraso ou parada do trabalho de parto é importante. Antes do OVD, o conhecimento da posição da cabeça é essencial.
3. O Ângulo da linha média (MLA) é avaliada por ultrassonografia transperineal transversal e pode ajudar a decidir se o OVD pode ser tentada com segurança.
4. A direção da cabeça é avaliada por ultrassonografia transperineal e pode ajudar a decidir se o OVD pode ser tentada com segurança.
Existem duas situações principais nas quais a avaliação por ultrassonografia é provavelmente de uso particular em trabalho de parto.
1. Suspeita de atraso ou parada do primeiro ou segundo estágio. Recomendamos a medição de AoP ou HPD transperinealmente e avaliação da posição da cabeça transabdominalmente.
2. Necessidade potencial de desempenho de OVD. Recomendamos a avaliação da posição da cabeça pela ultrassonografia transabdominal e sugerimos a mensuração da cabeceira fetal por ultrassonografia transperineal. Os parâmetros ultrassonográficos mais confiáveis para prever o resultado do procedimento são HPD e AoP. O MLA e / ou a direção da cabeça também podem ser úteis para prever melhor a probabilidade de sucesso da extração.
O que sabemos e o que não sabemos
• Sabemos que o ultra-som permite um exame mais preciso da posição e da estática fetal do que o exame clínico.
• Sabemos que as mulheres preferem o ultra-som ao exame digital em trabalho de parto.
• Sabemos que a ultrassonografia transabdominal é mais comumente usada para avaliar a posição do fetal e a ultrassonografia transperineal pode ser usada para avaliar a situação da cabeça fetal
• Não sabemos como esse conhecimento impacta no manejo do trabalho e nos resultados maternos e neonatais.
RELATANDO
Se um exame ultrassonográfico for realizado em trabalho de parto, seus resultados devem ser adicionados às anotações clínicas do paciente. Para cada avaliação sonográfica, os seguintes dados devem ser anotados:
• Viabilidade fetal e frequência cardíaca
• Apresentação do feto (cefálica, transversal, pélvica, oblíqua)
• Se alguma parte da placenta é vista entre a parte que apresenta e o colo do útero
• Occipício e posição da coluna
Com base no julgamento do clínico, as seguintes os parâmetros ultrassonográficos transperineais podem ser acrescentados no segundo estágio do trabalho de parto, especialmente antes do OVD (em repouso ou durante a contração com o empurrão materno; isso deve ser observado):
• Ângulo de progressão (AoP)
• Distância cabeça-períneo (HPD)
• Direção da cabeça em relação à sínfise púbica
• Ângulo da linha média (MLA)
Recife 9 de janeiro de 2021
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*️⃣Segue o resumo do artigo publicado por pesquisadores da Itália, Inglaterra e Rússia com a DOI: https://doi.org/10.23736/S0026-4784.20.04698-5
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➡️Os eventos de hipóxia intraparto ocorrem mais comumente em gestações de baixo risco com fetos adequadamente crescidos
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➡️A monitorização intraparto contínua por meio de cardiotocografia não demonstrou redução na frequência de resultados perinatais adversos, mas foi associada a um aumento na taxa de cesarianas, principalmente entre mulheres consideradas de baixo risco
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➡️A evidência disponível da literatura sugere que as anormalidades no Doppler da artéria uterina e na relação entre o Doppler fetal cerebral e umbilical (ou seja, relação cérebro-placentária, RCP) estão associadas a condições de disfunção placentária subclínica que ocorrem em fetos que não conseguiram atingir seu potencial de crescimento independentemente de seu tamanho real
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✳️O que achei interessante no resumo:
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✅Mais e mais pesquisam avançam sobre o tema ultrassonografia intraparto, principalmente em relação à avaliação da vitalidade fetal e do próprio trabalho de parto
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✳️Depois de 20 anos exercendo a Obstetrícia e a Medicina Fetal no SUS e na Saúde Suplementar eu não tenho dúvidas de que a ultrassonografia representa uma excelente ferramenta que pode melhorar a qualidade da assistência obstétrica e consequentemente os desfechos maternos e perinatais. Cé possível estabelecer:
– O mecanismo do parto, calculando o ângulo de progressão
– A simples identificação da variedade de posição permitindo um auxílio no parto operatório
– Doppler cérebro-umbilical, das artérias uterinas, da veia umbilical estabelecendo um conhecimento adequado sobre a vitalidade fetal, o que chamamos de perfil hemodinâmico fetal
– Até o Doppler do ducto venoso acredito que será utilizado para avaliação do comprometimento fetal
🙏🏼 Não existe nada mais humanizado do que uma assistência obstétrica segura com desfechos maternos e perinatais positivos. Enquanto eu exercer a obstetrícia vou primar pela excelência, é preciso modificar a forma de gestar, de nascer e de cuidar
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#usgintraparto #intrapartumultrasound #ultrassonografiaintraparto
Estudo controlado aleatorizado de mulheres nulíparas (primeiro parto) de baixo risco no segundo estágio do trabalho de parto. Os pacientes foram alocados em um grupo auxiliado pela demonstração visual do progresso da cabeça fetal por ultrassonografia transperineal (Grupo A) ou no treinamento clássico sem a visualização por ultrassonografia (Grupo B). Os pacientes foram treinados nos primeiros 20 minutos do segundo estágio ativo em cada grupo por um obstetra
Os resultados primários do estudo incluíram a duração do segundo estágio ativo e as modificações do ângulo de progressão da cabeça fetal
Os resultados secundários incluíram a freqüência de parto operatório e as complicações do trabalho de parto
RESULTADOS:
Um total de 40 mulheres foram recrutadas para o estudo.
O grupo A em comparação com o grupo B resultou em uma fase ativa mais curta do segundo estágio (30 minutos [IQR: 24 – 42] vs 45 minutos [IQR: 39 – 55], p = 0,01) e em um aumento maior do ângulo de progressão nos primeiros 20 minutos de observação (13,5 ° [IQR: 9-20] vs 5 ° [IQR: 3-9,5], p = 0,01)
Nenhuma diferença foi encontrada nos resultados secundários.
*CONCLUSÃO
– Nossos dados preliminares sugerem que a ultrassonografia transperineal pode ser uma ferramenta útil durante o segundo estágio de trabalho ativo. São necessários mais estudos para confirmar a descoberta e definir melhor os benefícios dessa abordagem
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?Morales-Roselló J et. al em Ultrasound Obstet Gynecol. 2018 Mar 13. doi: 10.1002/uog.19044
A General Eletrics (GE) desenvolveu um vídeo educativo demonstrando como funciona a Ultrassonografia Intraparto:
Este Vídeo mostra um pouco minha experiência com Ultrassonografia Intraparto e outros Procedimentos Cirúrgicos Guiados por Ultrassonografia, como cerclagem uterina, curetagem uterina e implante de DIU guiado por ultrassonografia.
Recife, 2 de julho de 2017
Mais um trabalho sobre ultrassonografia (USG) intraparto: Estudo longitudinal que investiga modificações cervicais durante o trabalho de parto usando um dispositivo de USG sem fio
O Objetivo deste estudo foi avaliar as modificações cervicais (dilatação e apagamento) utilizando um transdutor / equipamento portátil de USG sem fio
?Vinte e cinco mulheres em trabalho de parto participaram de uma comparação em série da dilatação, comprimento e espessura do colo uterino medidos durante a ultrassonografia transperineal intraparto usando um dispositivo de USG móvel com medidas de dilatação cervical e apagamento obtidas durante os exames digitais vaginais, o conhecido toque vaginal (TV)
?RESULTADOS:
?A USG intraparto mostrou forte correlação com TV na avaliação das alterações cervicais durante o trabalho de parto, incluindo a medição da dilatação cervical e da espessura (p <0,001)
?CONCLUSÃO
?O uso de um dispositivo de USG sem fio nos EUA é conveniente e pode ser vantajoso na sala de parto
MINHAS CONSIDERAÇÕES:
A assistência ao trabalho de parto necessita ser mais valorizada, pois se trata do momento mais importante de nossas vidas e como diria o obstetra Michel Odent, “se quisermos mudar o mundo precisamos melhorar a forma de nascer”. Uma boa assistência obstétrica reflete numa humanização do parto e nascimento. Aumentar a tecnologia na assistência ao parto pode melhorar os resultados maternos e perinatais. Negar novas formas de assistência ao parto é desvalorizar o procedimento, é uma impostura intelectual. Sem dúvida alguma, de acordo com as evidências atuais, a USG intraparto ao meu ver representa o melhor método de avaliação materna e fetal durante o trabalho de parto e parto, permitindo uma maior segurança neste acompanhamento. Quem já pratica obstetrícia há mais de 15 anos e pôde comparar o acompanhamento ao trabalho de parto das duas formas pode e deve emitir sua opinião.
?Nos últimos anos, o papel da ultrassonografia intraparto expandiu-se na assistência ao parto, em situações clínicas subjetivas tais como trabalhos de parto arrastados ou antes de partos instrumentais
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?OBJETIVO DO ESTUDO: Avaliar o uso atual da ultrassonografia intraparto por obstetras em Israel
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?MÉTODOS: Um questionário anônimo foi completado por 79 obstetras em hospitais de segundo e terceiro níveis em Israel. Os resultados foram analisados segundo as principais subespecialidades (ultrassonografia, obstetrícia)
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?RESULTADOS:
?Um questionário foi completado por 56 obstetras experientes e 23 residentes com uma experiência média de 14,3 e 2,4 anos, respectivamente
?Todos os obstetras realizaram exames de ultrassonografia na sala de parto para indicações básicas como a apresentação fetal durante o parto e para descartar a placenta prévia
?Os ultrassonografistas relataram consistentemente as indicações avançadas em comparação com os obstetras experientes e os residentes na avaliação da primeira fase prolongada (52% vs. 14% vs. 14%) e segunda etapa de trabalho (88% vs. 52% vs. 62%) (60% vs. 30% vs. 22%), progressão da cabeça durante a descida (48% vs. 23% vs. 11%), diagnóstico de posição da cabeça (88% vs 68% vs. 60%), posição da coluna vertebral (92% vs 59% vs. 53%) e assinclitismo (41% vs. 20% vs. 29%).
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?CONCLUSÕES:
?A ultrassonografia intraparto é usado atualmente por todos os médicos na sala de parto para indicações básicas. No entanto, as equipes obstétricas relatam um baixo uso de ultrassonografia intraparto avançada e preferem confiar na sua experiência clínica. A imagem ultrassonográfica intraparto avançada deve ser parte integrante das qualificações obstétricas. Uma curva de aprendizagem íngreme, juntamente com alta reprodutibilidade, sugere que equipamentos de ultrassonografias torna-se-ão uma ferramenta comum na assistência ao trabalho de parto e parto
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#consultóriodrglauciusnascimento #riomartradecenter3sala1010 #intrapartumultrasound #drglaucius.com.br
.Neste artigo, os autores enfatizam a importância de realizar uma ultrassonografia intraparto para prevenir complicações maternas e neonatais, mas também a responsabilidade legal do médico
.?As principais vantagens do uso desta técnica são:
?Melhora do diagnóstico de malposicionamento da cabeça fetal;
?Prevenção de complicações maternas e fetais do parto devido ao uso de fórceps ou vácuo extractor (VE);
?Um planejamento mais preciso da cesariana (com indicação obstétrica);
?Uma forma de aprendizado profissional.
.?Os autores do trabalho concluem que não fornecer razões adequadas para uma cesariana pode resultar em penalidade obstétrica disciplinar e responsabilidade legal por procedimento desnecessário
A ultrassonografia intraparto poderia melhorar o diagnóstico de distocia, reduzindo o risco de processo (e melhoria da assistência), especialmente nos casos de distocia do ombro
?As fotos ultrassonográficas representam uma documentação importante em casos de processo
.?Até agora, os dados emergentes de vários estudos-piloto são promissores, indicando uma redução da cesariana desnecessária, especialmente em distocia mal diagnosticada, mas apenas uma utilização rotineira desta técnica permitirá verificar se o risco de processo vai diminuir. Estudos adicionais são necessários para investigar este campo
.Eu concluo perguntando:
Se tem robô, equipamento de videolaparoscopia para tirar um apêndice ou uma vesícula biliar, por que não podemos dispor de ultrassonografia intraparto?
E afirmo:
?? É barato!!! Caro é prestar uma assistência ao parto inadequada que pode levar a um nascimento de um bebê com sequelas para o resto da vida
.Quer melhorar, modernizar e humanizar a medicina? Comece melhorando, modernizando e humanizando os nascimentos!!!
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#consultóriodrglauciusnasc
.Mais um estudo desta vez publicado em janeiro de 2017 “APENAS” na Jornal Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, publicação oficial da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) cujo objetivo foi avaliar as medidas ecográficas intraparto da circunferência cefálica (CC) e do peso fetal estimado (PFE) para predizer o parto operatório
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?200 primíparas (gestantes que terão o primeiro parto) espontaneamente na idade de 20-30 anos foram matriculadas em um hospital de ensino no Cairo, Egito, entre 02 de outubro de 2015, e 28 de janeiro de 2016
?CC e PFE foram medidos por ultrassonografia transabdominal
?Após o parto, foi avaliada a associação entre o tipo de parto e os achados ultra-sonográficos.
.?A CC e o PFE intraparto foram significativamente maiores entre as mulheres com parto operatório (n = 76 – 64 cesarianas, 8 partos com fórcipe e 4 partos com vácuo-aspirador) do que entre as que tiveram partos normais (n = 124; P <0,001 para ambos)
?A CC intra-parto de 36,8 cm ou mais associou-se a um risco aumentado de parto operatório (risco relativo [RR] 2,87, IC 95% 1,87-4,41), como foi o PFE de 3920 g ou mais (RR 3,69, IC95% 2,13-6,40 )
?CC com um ponto de corte de 36,8 cm teve 44,7% de sensibilidade, 91,9% de especificidade, 77,3% de valor preditivo positivo (VPP) e 73,1% de valor preditivo negativo (VPN)
PFE com ponto de corte de 3920 g, PFE tinha 68,4% de sensibilidade, 82,3% de especificidade, 70,3% de VPP e 81,0% de VPN?CC e PFE intraparto foram diretamente correlacionados com a duração do segundo estágio (P = 0,005 e 0,002, respectivamente).
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?Conclusão: O HC e PFE intraparto parecem ser bons preditores de parto operatório
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As complicações intraparto da macrossomia fetal resultam em processos contra médicos e experiência traumática do trabalho de parto. ESTUDOS ADICIONAIS SÃO NECESSÁRIOS PARA CONFIRMAR OS RESULTADOS PRESENTES, QUE NÃO JUSTIFICAM A REALIZAÇÃO DE PARTO CESARIANO COM BASE NOS ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS, MAS SUGEREM QUE A ULTRASSONOGRAFIA INTRAPARTO PODE SER INCORPORADA NOS CUIDADOS INTRAPARTO ROTINEIROS, DE MODO QUE AS GESTANTES CUJOS FETOS APRESENTEM HC OU PFE ACIMA DO PONTO DE CORTE CALCULADO PODEM SER ADEQUADAMENTE ACONSELHADOS QUANTO AO RISCO DE TRABALHO TRAUMÁTICO E INTERVENÇÃO CIRÚRGICA. Consequentemente, os problemas podem ser antecipados, detectados precocemente e gerenciados eficientemente com um baixo limiar de intervenção quando a progressão do trabalho de parto não é promissora.
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Parabéns aos pesquisadores do Egito, um dia desses também li um artigo que me estimulou a realizar curetagem uterina guiada por ultrassonografia. Que bom seria que nós obstetras e ultrassonografistas brasileiros usássemos esta valiosa tecnologia à serviço de uma assistência ao parto mais segura e diferenciada. O PARTO É O MOMENTO MAIS IMPORTANTE DE NOSSAS VIDAS E NECESSITA DE UMA MAIOR VALORIZAÇÃO!!!
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#consultóriodrglauciusnascimento#riomartradecenter3sala1010#ultrassonografiaintraparto#intrapartumultrasound#obstetriciaintegrativaefuncional#medicinafetal #fetalmedicina #sbus
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??Mais uma aplicação da ultrassonografia na avaliação da espessura do segmento uterino nas pacientes com cicatrizes de cesariana (uma ou mais) e que desejam parto normal
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??Existem duas metanálises que evidenciam risco maior risco de ruptura uterina quando o segmento é < 2mm
??Kok N, Wiersma IC, Opmeer BC, de Graaf IM, Mol BW, Pajkrt E. Sonographic measurement of the lower uterine segment thickness to predict uterine rupture during a trial of labor in women with a previous cesarean section: a meta-analysis. Ultrasound Obstet Gynecol 2013;42:132-9.
??Jastrow N, Chaillet N, Roberge S, Morency AM, Lacasse Y, Bujold E. Sonographic lower uterine segment thickness and risk of uterine scar defect: a systematic review. J Obstet Gynaecol Can 2010;32:321-7
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??O trabalho avaliou cerca de 1850 mulheres que foram submetidas ao exame ultrassonográfico para avaliação do segmento uterino inferior, entre 34 e 38 semanas de gestação sendo classificadas em três grupos: segmento uterino menor que 2mm, entre 2-2,5mm e maior que 2,5mm. A taxa de decisão para o trabalho de parto foi de 9%, 42% e 61% nas três categorias respectivamente com p<0,0001 (SIGNIFICANTE)
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??O trabalho conclui afirmando que a avaliação ultrassonográfica do segmento uterino inferior pode representar uma importante ferramenta para melhor decisão sobre a via de parto
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Foto A: avaliação Ultrassonografia do segmento uterino inferior pela via abdominal / Foto B: Avaliação pela via transvaginal
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No 12o. Congresso Mundial de Ultrassonografia em Emergências e Cuidados Intensivos (WINFOCUS) foram apresentados três trabalhos voltados para Ultrassonografia de emergência em obstetrícia
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??Considero que Ultrassonografia é extensão do exame físico, quem valoriza os dados clínicos, o exame físico, deve valorizar o exame ultrassonográfico
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??Já existe o FAST ultrasound, uma modalidade de Ultrassonografia de Emergência realizada principalmente em situações de traumas (acidentes / violência) mas também voltado para situações de emergências clínicas
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??Em obstetrícia dispomos do FASO: Focus Assissment with Sonography for Obstetrics, (avaliação ultrassonográfica focada para obstetrícia). Acredito na utilização da ultrassonografia em situações de emergências obstétricas pré-parto, intraparto e até após o parto. No pós-parto é interessante a utilização no diagnóstico diferencial de complicações puerperais, principalmente para o diagnóstico de hemoperitônio (sangue na cavidade abdominal) cujo diagnóstico precoce pode permitir um tratamento adequado e oportuno
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??EM UM MINUTO DEVE-SE OBSERVAR (FASO – Ultrassonografia pós-parto):
??Útero / Cavidade Uterina (Diâmetro da cavidade uterina de 9,8 +/- 7,3mm)
??Espaço de Morison (Presença de líquido)
??Espaço Esplenorrenal (Presença de líquido)
??Fundo de saco de Douglas (Presença de líquido)
??Diâmetro da Veia Cava Inferior (11,4 +/- 4,1mm na inspiração e 13,1 +/- 4,2 na expiração)
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??Os abstracts e o ebook do congresso estão disponíveis em http://
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??A hemorragia pós-parto (HPP) é uma causa potencial de mortalidade materna e os obstetras devem estar preparados para diagnosticar e tratar rapidamente esta condição
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??O tratamento ótimo depende da causa subjacente da hemorragia
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??A ultrassonografia é a ferramenta mais útil para o diagnóstico imediato da etiologia da HPP, e os obstetras devem ter uma forte compreensão da ultrassonografia pós-parto
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??Já foi demonstrada a utilidade da ultrassonografia utilizando a avaliação focalizada com a técnica de ecografia para obstetrícia (FASO) como a principal pesquisa obstétrica pós-parto, uma espécie de de “FAST Ultrasound”para obstetrícia
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??EM UM MINUTO DEVE-SE OBSERVAR (FASO):
??Útero / Cavidade Uterina (Diâmetro da cavidade uterina de 9,8 +/- 7,3mm)
??Espaço de Morison (Presença de líquido)
??Espaço Esplenorrenal (Presença de líquido)
??Fundo de saco de Douglas (Presença de líquido)
??Diâmetro da Veia Cava Inferior (11,4 +/- 4,1mm na inspiração e 13,1 +/- 4,2 na expiração)
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??O artigo revisa os achados ultrassonográficos da HPP, diferenciados pela causa subjacente da hemorragia, incluindo placenta retida, placenta morbidamente aderente, ruptura uterina, inversão uterina e anormalidades da artéria uterina.
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Recentemente, um exímio obstetra e meu grande professor me chamou pra ajudá-lo num caso de hemorragia pós parto e pediu para que eu levasse meu equipamento de ultrassonografia portátil para o plantão. Detalhe: eu sempre já levo o aparelho para o plantão. Em pouco tempo identificamos as alterações relacionadas com hemorragia grave (líquido no espaço hepatorrenal), além da identificação de volumoso hematoma de histerorrafia à esquerda. Diagnóstico realizado, tratamento efetivado com apoio de toda a equipe de assistência
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Isto meus amigos é o que chamo de OBSTETRÍCIA INTEGRATIVA: ÍNTEGRA E ATIVA
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O artigo acima reflete o que já fazemos no nosso dia-dia e indica que estamos no caminho certo. A ULTRASSONOGRAFIA DEVE ESTAR PRESENTE NO CENTRO CIRÚRGICO DE TODO HOSPITAL E PRINCIPALMENTE EM MATERNIDADES AJUDANDO A REDUZIR A MORBIMORTALIDADE MATERNA E PERINATAL!
Artigo de destaque da edição de julho de 2016 do Jornal Americano de Ginecologia e Obstetrícia, abordou a avaliação ultrassonográfica do ângulo occipito-espinhal (AOE) durante a assistência ao trabalho de parto. Salienta-se que o artigo está disponibilizado de forma gratuita, geralmente isto acontece quando o tema é bastante relevante .
??O AOE é um ângulo formado entre uma linha imaginária que tangencia paralelamente a primeira vertebra cervical e outra linha imaginária que tangencia o osso occipital do polo cefálico
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??Cerca de 108 parturientes foram recurtadas e observadas por dois operadores em relação ao AOE utilizando a ultrassonografia intraparto. As aferições do ângulo occipito-espinhal (AOE) foram concordantes. Além de ser fácil, a determinação do ângulo occipito-espinhal (AOE) é precisa
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??Mais ainda, o estudo concluiu que fetos com ângulo occipito-espinhal (AOE) < 125 graus, apresentam um risco aumentado de parto operatório (forceps ou vácuo-extrator) ou cesariano
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Fonte: http://www.ajog.org/article/S0002-9378(16)00308-2/pdf
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Foi publicado no blog casa saudável no link http://m.blogs.ne10.uol.com.br/casasaudavel/2015/06/25/ultrassom-na-sala-de-parto-e-importante-para-avaliar-risco-materno-e-fetal/?mobile_device=true&r=27 sobre ultrassonografia intraparto há pouco mais de 1 ano. Tenho uma profunda admiração pelo Dr. Eugênio Pita porque ele tem experiência e pioneirismo no estudo da medicina fetal em Pernambuco.
- “O ultrassom nos serviços de urgência e nas salas de parto dá ao obstetra uma ideia geral da gestante no momento em que ela chega ao serviço”, diz Eugênio Pita.
- A clínica Biofeto, pioneira na área de medicina fetal em Pernambuco, promoveu o 2º seminário do projeto Parto normal, avaliação fetal pré-parto. Na ocasião, o ginecologista e obstetra Francisco Mauad, de Ribeirão Preto (SP), referência nacional na área de diagnóstico ultrassonográfico, ministrou palestra para médicos pernambucanos. Entre os temas de destaque, está o uso do aparelho de ultrassom na sala de parto.
- É um recurso que facilita a avaliação da progressão da cabeça do feto no trajeto do parto. Essa é uma prática que vem sendo adotada no Brasil, principalmente nas maternidades de São Paulo, e já é comum em diversos países. “Seria interessante o uso do ultrassom nas salas de internamentos dos serviços de urgência e nas salas de parto. Com isso, o obstetra teria uma ideia geral da gestante no momento de sua admissão”, explica o obstetra Eugênio Pita, especialista em medicina fetal e um dos organizadores do evento. “Esse recurso dá uma noção exata do líquido amniótico e da posição do feto, além de mostrar se há circular de cordão, entre outras informações importantes para o parto”, complementa Eugênio.
- Outro assunto que promete mobilizar a atenção dos médicos e será apresentado por Francisco Mauad é o uso do Doppler durante o pré-natal, suas restrições e indicações. Esse exame faz uma avaliação da vitalidade do feto e é importante na identificação precoce das gestantes de risco.
Texto adaptado de postagem pessoal do meu instagram @drglauciusnascimento em 29 de junho de 2016 https://www.instagram.com/p/BHPqmLnhfzV/
- Inovação… Acredito que a ultrassonografia intraparto representa um avanço da prática obstétrica que traz mais segurança na assistência ao parto.
- Não existe prejuízo algum, não é invasivo, não aumenta os riscos maternos ou perinatais, ao contrário, alguns estudos associam uma maior acurácia no diagnóstico de sofrimento fetal quando há alteração no Doppler da veia umbilical.
- Acima a capa de um livro destinado ao assunto com 13 capítulos sobre a utilização da ultrassonografia durante a assistência ao trabalho de parto que venho estudando nos últimos 6 meses.
- Vislumbro com uma assistência ao nascimento digna, respeitosa, segura e humanizada, realizada por equipe transdisciplinar, que procure saber o mais próximo do exato do momento adequado quando vale a pena esperar ou intervir caso seja necessário. A obstetrícia requer muita paciência, dedicação e BOM SENSO. Antecipar complicações também é uma arte, fundamental em qualquer especialidade em saúde.
- Tudo respaldado em inúmeros artigos na literatura científica atual
- Construindo este modelo para nossa realidade com minha equipe de assistência ao parto normal. Porque sonhar, acreditar e colocar em prática é preciso!!!
Texto adaptado de postagem pessoal do meu instagram @drglauciusnascimento em 25 de junho de 2016. https://www.instagram.com/p/BHFhSyPBy3T/
- Você sabe o que é sonopartograma?
- Sonopartograma é o registro do partograma (documento para avaliação e acompanhamento do trabalho de parto, recomendado pela Organização Mundial de Saúde e Cinselho Federal de Medicina) associada com a ultrassonografia intraparto. Este assunto foi debatido no próximo congresso de ginecologia e obstetrícia de São Paulo de 2016
- Para que serve a ultrassonografia intraparto?
- Monitorizar os batimentos cardíacos fetais (mais fácil e preciso do que o detector fetal).
- Avaliar a estimativa do peso fetal no momento do nascimento, pode ajudar no diagnóstico de macrossomia fetal, no preparo para o parto vaginal assistido.
- Determinar a variedade de posição.
- Permitir o diagnóstico acurado de sofrimento fetal a partir do Doppler da veia umbilical ou relação cérebro-placentária.
- Acompanhar a estática fetal e o mecanismo do parto.
- Avaliar o ângulo espino-occipital, permitindo saber (de acordo com alguns estudos) se o parto será rápido (é fácil) ou um pouco mais demorado (e dificil)
OBS: Nem sempre aumentar a tecnologia significa aumentar a intervenção ou diminuir a humanização. Nada mais humano do que um parto bem assistido!
Texto adaptado de postagem pessoal do meu instagram @drglauciusnascimento em 26 de junho de 2016. https://www.instagram.com/p/BHIaKoABq-h/
A preocupação de todo obstetra ou professional que assiste o parto é o nascimento digno e humano de um bebê saudável. A simples escovação de mãos e a presença de pediatra na sala de parto reduziram (E MUITO) a morbimortalidade materna e perinatal. Este artigo de revisão avalia os principais métodos para avaliação do bem-estar fetal intraparto.
Quais as técnicas utilizadas para monitorização fetal intraparto?
– Cardiotocografia
– pH fetal e níveis de lactato
– Eletrocardiograma fetal
– Oximetria fetal
– Ultrassonografia com Doppler
– Marcadores Bioquímicos de disfunção placentária
O Artigo conclui sugerindo que um novo modelo através de marcadores bioquímicos de disfunção placentária associados com a ultrassonografia com Doppler pode resultar num algoritmo adequado para avaliação adequada do bem-estar fetal
Infelizmente, na maioria das maternidades, o único método de avaliação do bem-estar fetal se dá apenas pela ausculta fetal intermitente